Equidade ou Igualdade de género?
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Equidade ou Igualdade de género?

“no dia no qual homens e mulheres tiverem o mesmo número de assentos nas mesas

decisórias, certamente teremos um mundo com mais Paz, mais equidade e com muito

mais qualidade”.

Rijarda Aristóteles – Câmara Municipal do Porto


 

A experiência dos dias atuais coloca em xeque, de forma inequívoca, a

liderança mundial, não somente por ser maioritariamente masculina e também

porque carece de diversidade. A homogeneidade cultural tenta se manter

criando cortinas de fumaça com guerras físicas e de comunicação. A equidade

de género, na rede de comando das empresas, é uma necessidade para a

sobrevivência da espécie humana. Equidade que ainda precisa de leis e de

suas aplicações.




Em Portugal, por exemplo, em vigor desde janeiro de 2018 a Lei 62/2017, que

estabelece a relação equilibrada entre homens e mulheres nos órgãos públicos

(33,3%) e nas empresas cotadas na bolsa (inicialmente com 20% até chegar

aos 33,3%, em 2020). Em maio de 2021, 28,1% * era o percentual de mulheres

nos conselhos de administração, muitas como suplentes (uma espécie de

cortina de fumaça), das maiores empresas cotadas na bolsa. Porém, quantas

destas mulheres ocupam efetivamente cargos decisórios? Quantas estão ali

para cumprir cotas? No Brasil, 45% das companhias não tem mulheres em

seus conselhos.



Em meados de 2021, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

divulgou os "indicadores sociais das mulheres no Brasil”, e uma triste notícia:

dimuinuiu o número de mulheres em cargos de liderança no Brasil. Apesar de

continuar a pontuar com mais anos na escola, as brasileiras, em 2019, ano

base da pesquisa, ocupavam 37,4% dos cargos gerenciais e recebiam apenas

77,7% do rendimento dos homens. Estes dados, demonstram uma marcha em

ré em relação ao ano anterior, quando as mulheres ocupavam 39,1% desses

postos de trabalho, enquanto os homens preenchiam 60,9% das vagas. E

quando falamos em presidentes de empresas, em nível mundial, em 2021,

apenas 41 mulheres estão no comando das empresas Fortune 500, o que

representa apenas 8,2% de todas as empresas Fortune 500. Em 2020 #Forbes

saiu o relatório DDI(Development Dimenisions International) mesmo a

constatação de que as empresas lideradas por mulheres têm desempenho

superior às lideradas por homens, "mais da metade das organizações

pesquisadas nem mesmo avaliou nenhuma candidata ao procurar seu próximo

CEO!


Até quando?


O certo é que hoje a mulher é maioria da humanidade, representa 65% dos

formandos em cursos superiores, publica mais, tem uma experiência

cumulativa invejável, vive mais, cuida-se mais.





Qual o sentido de não ter assento e decisão nas empresas e na cadeia

decisória política? A presença efetiva de mulheres nos conselhos de

administração das empresas altera o status quo do que tem sido até hoje: o

olhar único e em uma mesma direção. Quando há diversidade, movimenta-se o

pensamento estratégico, há criatividade, questionamento entre os pares,

gerando um ciclo de inovação.


 Vivemos um particular cenário que pode ser bem favorável para que a mulher

exerça seu verdadeiro poder, que está coadunado com a tomada de

consciência global das boas práticas, centradas na sigla ESG (Environmental,

Social and Corporate Governance, em inglês). Ainda temos um bom caminho a

percorrer e estamos no trilho certo. Em 15 de março de 2022, a União Europeia

deu um passo largo para uniformizar nos países do bloco, a presença de 1/3 de

mulheres nos conselhos de gestão das empresas europeias, até 2027. Com diz

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, em seu Twitter

“vamos quebrar o teto de vidro para que mulheres subam aos conselhos”. 


Agir em todas as frentes, em todos os pequenos e grandes espaços é o que

torna o processo sem retrocesso.


Recentemente, o Clube Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa reuniu,

no Brasil, 600 empresárias e empreendedoras, criando uma rede de conexão

global entre líderes. Este é um caminho sem volta.


P.s: A equidade é o caminho mais rápido para chegarmos aos direitos iguais,

respeitando-se as diferenças humanas.

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