
É imprescindível conhecer a previsibilidade do mercado quando trabalhamos o desenvolvimento da carreira das pessoas e as estratégias cognitivas que podem auxiliar na transferência da aprendizagem para as ações e comportamentos. Há alguns anos acompanho as pesquisas que flutuam sobre o futuro do trabalho e das profissões e vemos a transição cada vez maior da função psicomotora (braçal e repetitiva) ser substituída pela robótica. Vários questionamentos sobre essa temática anuviam meus pensamentos quando o assunto vem sem mais explicações, como ver o futuro do trabalho como cognitivo, visto que uma das minhas especialidades é a função psicológica, cognitiva e comportamental no trabalho.
A função cognitiva está em tudo, mas o comportamento automatizado será substituído. Porém, nas bases das nossas aprendizagens recorremos ao concreto através do abstrato e essa bilateralidade é sustentada pelos três princípios que permeiam a própria prática: observação, imitação e introdução da subjetividade.
Esses avanços da automação e da inteligência artificial substituem as funções psicomotoras e também concretizam rapidamente fórmulas que funções cognitivas levam mais tempo para realizar, como a matemática, química, cálculos (arquitetura, engenharia) etc. Lembrando que as máquinas são desenvolvidas por seres humanos.
Então, porque chamar de cognitivo o futuro do trabalho (futuro lê-se agora) se pensar, associar, compreender o aprender e transformar, sobretudo o mundo do trabalho, o sentido do trabalho ao longo do tempo é também pura cognição?
A resposta é simples, mas complexa. Todo comportamento repetitivo será substituído. Restar-nos-á a mente e as emoções nessa relação cuja função psicológica permeia a própria existência.

Recorro ao Baby Yoda para explicar essa situação racional e emocional. Para a série Mandalorian ele foi desenvolvido pela inteligência artificial. No entanto, faltava a expressão e o que causa ao ser humano o impacto é a emoção. Em um dos dias de gravação conseguiram atingir o objetivo e o baby causou comoção nos bastidores. Enquanto a inteligência artificial não expressa emoção, atemos-nos em usar todas as nossas soft skill's para sobressair no mercado.
Estão preparados?
Não pensem que os jovens terão as profissões que muitos de nós conhecemos.
Algumas profissões ainda nem existem.

Por Embaixadora de Cidade Karina Campos
Especialista em Psicologia do Trabalho e Educação
Palestrante, Head Trainer, Coach de Carreira e Teen Coach
@karinacampos.kdh
@bussolaeducativa.ofc
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Obrigada por seu parecer, Sônia! Nos estudos de comportamentos e rotas do futuro, muitos deles protagonizados por grande nomes brasileiros como Jacqueline Wogel, Lilian Porto, Tiago Matos, Fábio Gandour, essa não é uma questão mais tão obscura. É possível mapear comportamentos e traçar rotas futuras, mas para isso é imprescindível um conhecimento profundo de eventos, experiências e comportamentos passados. O que se pensava para daqui a alguns anos caiu aos nossos colos. Tanto é que as tecnologias e inteligência artificial, como é do seu conhecimento, substituem comportamentos automatizados e repetitivos, por isso já é possível dizer sim, que o futuro do trabalho é cognitivo. Tão claramente essa realidade nos é mostrada, sobretudo diante de estudos de desaparecimento das profissões e…
Estamos rascunhando um futuro que ainda é obscuro. Mas a evolução humana não nos permite a inércia. Traçamos linhas de um quadro que, por sorte, teremos a chance de ver finalizado.