A Saúde emocional tem sido um tema de “milhões” nos tempos atuais. Hoje uma preocupação inevitável para todos os cenários de vida e trabalho, principalmente quando se destaca o mundo do empreendedorismo feminino.
Ser mulher, empreender e enfrentar todas as adversidades que esses papeis convocam fazem com que o nosso “dispor de saúde “esteja sempre em uma zona de risco. Como podemos pensar no acolhimento, gerenciamento e enfretamento desse turbilhão emocional que esse lugar do feminino vai suscitar? É bem verdade que as nossas marcas afetivas durante toda a nossa vida nos ajudam a construir quem somos, criam as nossas memórias afetivas perante a vida e o mundo. Entender como a construímos, que sinais essas memórias marcaram nossas trajetórias nos ajuda a entender nossos medos e receios, e principalmente, a forma como lidamos com os desafios e imprevistos (eventos que estão fora do nosso controle) em nossas vidas. Já Pensou como suas memórias afetivas podem estar travando seus caminhos de vida? E por conseguinte, interferindo em seus processos de saúde.
As emoções são as reações que sentimos no nosso corpo, aquelas mais físicas – como suar, sentir uma dor, tremer, palpitar, chorar... com elas vamos atribuindo sentidos e significados sobre o que de fato as provou. Tudo isso faz com que os medos, ansiedades, esgotamentos, e fadigas encontrem um caminho para nossa memória e vida afetiva. A disposição de uma saúde emocional está para além do antídoto saúde-doença, engloba o fato de empreendermos formas de lidar com as zonas de risco que nos acometem em cada fase da nossa vida. A mulher empreendedora passa por diversas fases e processos - típicas de cada fase do processo de empreendedorismo - cada fase as convocam a desenvolver uma relação de manejo particular com seu momento de vida e de seu negócio. Essas duas dimensões vida e negócio precisam dialogar para entrar em seus devidos “acordos”!
Ao iniciar uma carreira no mundo dos negócios, a mulher se vê enfrentando um turbilhão de caminhos, ora com êxitos, ora cheios de desafios, de eventos estressores, produtores de ansiedade, medo e demais instabilidades que foram culturalmente construídas sobre a figura social da mulher ao longo dos séculos.
É sempre a figura dominante de “quem cuida, quem tudo suporta, quem tudo perdoa, quem por amor deve se submeter a qualquer sacrifício”. Como esse modelo interfere em nos nossos negócios, e na relação que desenvolvemos com ele?
Como ele pode estar nos colocando em uma zona de risco, podendo inclusive provocar uma falência no nosso processo de nos tornarmos empreendedoras e colocar toda nossa saúde emocional em xeque?
Como é complexo e desafiante esse processo, queridas empreendedoras! Por isso que não podemos “des-cuidar” e nem ofertar a qualquer pessoa a responsabilidade de nos auxiliar nesse cuidado. Ficar atentas, aprender a partilhar e buscar auxílio com os profissionais tecnicamente preparados para cuidar de você e dos seus negócios é um dos caminhos para que se empodere e se aproprie do seu próprio processo de construção de ser mulher no mundo dos negócios, e cada caminho é único. O meu caminho jamais precisa ser igual
ao seu, temos muitas “mulheridades” (diversas formas de ser mulher no mundo), as quais precisam ser respeitadas e incluídas. Essa construção é diária, faz parte de uma experiência cotidiana de entrega na vida, esse processo faz parte da sua “experiência em dispor de saúde”. A saúde emocional se produz todos os dias e cada dia, não é apenas fato em si, é um
caminho – É o seu caminho, é sua história, é a sua narrativa de vida. Você é única, mulher, e muitas de nós juntas, às vezes, sofremos da mesma dor, mas solitariamente a escondemos, negamos e evitamos! Apenas juntas podemos gerar um sentimento de empatia e pertencimento a esse cenário a qual fazemos parte!
O coletivo é sempre um caminho para produção de vida e saúde! Empreenda, empodere-se, se apropria e partilhe, a partilha quando coletiva nos traz uma colheita farta e cheia de valor emocional e social para nossa vida e nossos negócios.
Seu trabalho não é sua vida, mas pode ser fonte de vida!
Com afeto
Alda Karoline - @psicolgadotrabho
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