O turismo sustentável necessita de muito mais do que reuniões de dirigentes do mundo, em que todos chegam em seus jatinhos particulares e discutem a preservação. Necessita de constante atenção e mudanças, não só vindas do topo, mas executadas por cada indivíduo. É algo que necessita ser ensinado a novas gerações de maneira estrutural, e engloba muito mais que apenas a preservação ambiental, mas toda e qualquer atitude que possa resultar em um impacto positivo. Por conseguinte, contribuições sociais para as comunidades visitadas também fazem parte da sustentabilidade e devem ser uma preocupação constante de viajantes e fornecedores que se interessem em viagens genuinamente sustentáveis.
Alguns países menos desenvolvidos têm menos estrutura para oferecer pacotes altamente sustentáveis: Um mau sistema de transporte público, fornecedores de serviços que se opõem a mudanças ou governos que não favorecem incentivos e facilidades. Mas isso não significa que elas não consigam englobar o aspecto social da sustentabilidade com maestria, e, inclusive, países menos estruturados se beneficiam muito mais, e precisam muito mais, do impacto positivo de viajantes com consciência social.
Muitas empresas em países deste tipo contornam a situação e fazem pacotes que sejam benefícios com as condições oferecidas, e essas ações só podem efetivamente melhorar nossa sociedade com o apoio dos viajantes. É função primordial de todo cidadão consciente buscar e apoiar serviços que estejam na luta para serem benéficos para o nosso mundo.
Coisas que podem ser feitas pelo viajante:
Escolher hotéis de donos locais, ao invés de franquias internacionais.
Comprar souvenires de produtores locais, feitos com materiais locais (uma menor pegada de carbono, e contribuição para economia local)
Incluir refeições em restaurantes locais, ao invés de fazê-las apenas nos hotéis.
Dar preferência por transporte terrestre ao invés de voos domésticos, sempre que possível.
Escolher transfers compartilhados.
Escolher empresas que estejam focadas em viver em uma estrutura mais saudável.
As empresas de turismo têm sim uma peça fundamental para este processo, afinal elas precisam fazer mudanças significativas para prestar um serviço e ter o selo de uma empresa sustentável; não é apenas separar o lixo, e colocar garrafas pet de água recicláveis nos ônibus, vai muito mais além disso.
Coisas que podem ser feitas pelas empresas:
Melhoria da sustentabilidade interna da empresa (reciclagem, redução do consumo de energia, compra de produtos locais, materiais de limpeza e papéis de fontes sustentáveis)
Garantir que os funcionários da empresa tenham pagamentos dignos e tenham seus direitos respeitados.
Pressionar guias e fornecedores locais para instruir os locais a ter respeito pela cultura e pelos sítios históricos.
Inserir nos pacotes atividades locais, que contribuem para empoderamento feminino, causas sociais ou preservação ambiental.
Permitem ao viajante conhecer o país de uma forma profunda, voltar com conhecimentos verdadeiros sobre a comunidade e se aprimorar em termos de tolerância e conhecimento.
Viajar tem como primórdio relaxar, aventurar e se divertir, mas também pode ser uma oportunidade de contribuir para o mundo e se permitir crescer como indivíduo.
Patrícia Bastos - Diretora geral da Bastour Turismo
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